quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A liberdade em minhas mãos se desenhava.


                          Jamais estive tão feliz em acordar, jamais ouvi o som do vento e dos pássaros tão  nitidamente, o dia estava tão ridiculamente lindo e as coisas pareciam ter sentido. Mas como a vida não é como desejamos, ao olhar para o meu lado na cama tinha um ser humano desprezível e nojento, roncando e fazendo sons estranhos, me irritando só pelo fato de existir ali, naquela hora.
                         Levantei-me tranquilamente, como se tudo fosse ótimo, resolvi não preparar o café da  manhã dele, e realizei minha vontade de tomar chá com leite quente, escorada no balcão da cozinha eu tomei a bebida quente, enquanto o porco do meu marido acordava, eu terminei e comecei a lavar a xícara, então ele passa e me pergunta onde estaria o seu café, e eu simplesmente digo que provavelmente estaria na geladeira pronto para ser feito.
                        Como imaginei que seria, ele me pegou pelo pescoço fazendo com que eu perdesse quase todo meu ar, e disse que eu deveria respeitá-lo, então um filme passou em minha cabeça, lembrei que em nenhum dia depois que me casei eu fui feliz, eu tive direito de fazer coisas diferentes, de conversar com alguém que não fosse o porco imundo do meu marido, ele sempre batia em mim, nunca me deu um beijo que não fosse quando bêbado e ainda seguido de puxões e tapas com muita raiva me machucando e me forçando a ter uma relação indesejada com uma pessoa que eu aprendi a odiar.
                         Olhei para o relógio e pensei que faltavam duas horas para minha filha chegar da escola, então uma faca de cortar pão apareceu em meu campo de visão como algo libertador e em um segundo a garganta do meu falecido porco imundo marido já estava com um corte fundo que latejava litros de sangue em mim, em minhas mãos, em meus braços.Fiquei horas sentada no chão gritando e chorando, quando de repente minha filha entra pela porta da cozinha, e corre para me abraçar, nesse momento faço meu pedido de libertação:
                        -Quero que se lembre de tudo que já passamos vivendo com seu pai, nada e nunca nos deu motivo para sermos felizes juntos, você sempre foi chamada de bastarda mesmo todo  mundo sabendo que eu jamais trairia ele, e eu sempre fui tratada como uma prostituta velha, então não quero que me julgue e nem faça muitas perguntas, mas com o tempo algumas pessoas se cansam de viver nas piores condições, isso foi um acidente, que revelou minha liberdade e a sua felicidade, quero que saiba...
                           Quando o sangue dele começou a derramar devido ao corte, eu senti que A LIBERDADE EM MINHAS MÃOS SE DESENHAVA.

                                             É tempo de dramas, Autoria de Pâmela Pacheco 
                                                                                     Srtª Mortiça...

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