terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A inspiração

             Tão perfeita e ao mesmo tempo tão rara.
             Como poderíamos descrever algo que nem mesmo sabemos quando sentimos e por que sentimos, vem do nada e desaparece antes mesmo que possamos expressá-la, é característica de coisas que não temos sucesso para conjurar, nem mesmo formular.
            Nunca consigo inspiração suficiente para terminar um livro que escrevo há aproximadamente um ano, para mais ou para menos, os dias com chuva ou sem chuva já não são motivos tão fortes para que eu me sinta envolvida para resumir em rascunhos desorganizados a imaginação que resolveu se misturar com a fantasia do mundo que vivemos e se transformar em contos e histórias.
           Certas vezes fico imaginando como se sentem os grandes escritores, ou até mesmo aqueles que não são tão grandiosos mas produzem maravilhosos feitos, se eles conseguem driblar o natural e encontrar a inspiração quando precisam dela, e não ficar dependendo do momento em que sua ilustríssima imaginação convoque a inspiração.
           Muitos dizem que escrever é um dom que nasce consigo e não é uma coisa que se aprende, certamente, mas é possível que cada um procure dentro de si o espírito da inspiração e conjure a imaginação, pois creio que nesse dia teremos mais mentes brilhantes e bocas que falam preciosidades ao nosso redor.
           Reverenciando a inspiração posso dizer que nada pode ser mais incrível do que sua presença em minha pessoa, e que quando sinto sua chegada...
            Certamente o mundo não é mais o mesmo.
                                                                                             Refletindo
                                                                             Srtª Mortiça.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A liberdade em minhas mãos se desenhava.


                          Jamais estive tão feliz em acordar, jamais ouvi o som do vento e dos pássaros tão  nitidamente, o dia estava tão ridiculamente lindo e as coisas pareciam ter sentido. Mas como a vida não é como desejamos, ao olhar para o meu lado na cama tinha um ser humano desprezível e nojento, roncando e fazendo sons estranhos, me irritando só pelo fato de existir ali, naquela hora.
                         Levantei-me tranquilamente, como se tudo fosse ótimo, resolvi não preparar o café da  manhã dele, e realizei minha vontade de tomar chá com leite quente, escorada no balcão da cozinha eu tomei a bebida quente, enquanto o porco do meu marido acordava, eu terminei e comecei a lavar a xícara, então ele passa e me pergunta onde estaria o seu café, e eu simplesmente digo que provavelmente estaria na geladeira pronto para ser feito.
                        Como imaginei que seria, ele me pegou pelo pescoço fazendo com que eu perdesse quase todo meu ar, e disse que eu deveria respeitá-lo, então um filme passou em minha cabeça, lembrei que em nenhum dia depois que me casei eu fui feliz, eu tive direito de fazer coisas diferentes, de conversar com alguém que não fosse o porco imundo do meu marido, ele sempre batia em mim, nunca me deu um beijo que não fosse quando bêbado e ainda seguido de puxões e tapas com muita raiva me machucando e me forçando a ter uma relação indesejada com uma pessoa que eu aprendi a odiar.
                         Olhei para o relógio e pensei que faltavam duas horas para minha filha chegar da escola, então uma faca de cortar pão apareceu em meu campo de visão como algo libertador e em um segundo a garganta do meu falecido porco imundo marido já estava com um corte fundo que latejava litros de sangue em mim, em minhas mãos, em meus braços.Fiquei horas sentada no chão gritando e chorando, quando de repente minha filha entra pela porta da cozinha, e corre para me abraçar, nesse momento faço meu pedido de libertação:
                        -Quero que se lembre de tudo que já passamos vivendo com seu pai, nada e nunca nos deu motivo para sermos felizes juntos, você sempre foi chamada de bastarda mesmo todo  mundo sabendo que eu jamais trairia ele, e eu sempre fui tratada como uma prostituta velha, então não quero que me julgue e nem faça muitas perguntas, mas com o tempo algumas pessoas se cansam de viver nas piores condições, isso foi um acidente, que revelou minha liberdade e a sua felicidade, quero que saiba...
                           Quando o sangue dele começou a derramar devido ao corte, eu senti que A LIBERDADE EM MINHAS MÃOS SE DESENHAVA.

                                             É tempo de dramas, Autoria de Pâmela Pacheco 
                                                                                     Srtª Mortiça...